terça-feira, 2 de março de 2010

Os opostos se distraem os dispostos se atraem.


Os momentos repletos de O Teatro Mágico, me fizeram pensar sobre suas letras...esta é uma das brinlhantes frases da trupe. Creio que a partir dela a verdadeira união das coisas se explica!
Noutro dia assiti uma reportagem que falava sobre as reações orgânicas, os processos bioquímicos do corpo humano frente a experiência de se estar apaixonado.
Para o médico a paixão pode ser compreendida como uma descarga de adrenalina (substância responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos) na corrente sanguínea o que promove uma sensação de frenesi e êxtase...já a permanência (é o que está em jogo) está relacionada à dopamina que intensifica este estado de satisfação - a estabilidade.
Bom, esta parte esclarecida, restou-me a reflexão: será que isso é tudo?
No mundo inteiro, em toda parte, a qualquer hora, pessoas tentam encontrar respostas para o mistério do amor. Há quem diga que o amor é um jogo onde os opostos jogam juntos, defendem o mesmo lado. Inicilamente até pode ser, naquele momento do primeiro olhar, onde a mágica abençoa. Mas e depois? porque de repente tudo desmorona? falta de ânimo, dopamina, adrenalina...? não parece ser tão simples assim.
A começar, este ânimo precisa ser dual - ânimomeu, ânimoteu.
O amor acontece graças ao investimento mútuo; reciprocidade é o seu lar! Não basta jogar no mesmo lado, é imprescindível que se joguem lá...sem reservas nem ressalvas.
Não discordo da prudente certeza que a ciência pretende sempre conferir às coisas. A dinâmica biológica do sentimento faz seu próprio sentido. Contesto apenas o fato de que tudo se resuma dessa forma. O relacionamento humano, justamente por ser humano, não se detém na simples justificativa natural.
O amor sempre será misterioso ("antes do amor o medo, pois nem Deus sabe quem o criou" O TM)...há uma certa resistência a ele, embora seja o bem mais desejado! então se apoiar na objetiva tese fisiológica deve ser também uma forma de se proteger desse medo e/ou fracassos. Pois veja, numa recusa a este sentimento, seria um tanto mais fácil dizer: não posso fazer nada, foi meu corpo que não respondeu bem à sua presença, então decidi partir pra outra, e outra, e mais outra...infinitamente...esperamos a sorte da completude (somos todos metade, ainda que inteiros), só não paramos para pensar: será que já não a tive e desperdicei? preferimos viver na confortável solidão dos opostos...mas é claro que não é tão confortável assim.
Se essa moda pega, os possíveis amores não se permitirão. Porque o amor se congrega na disposição, no querer não só físico, mas no querer racional, cuja a força se revela no sobrenatural humano. É aquela vontade de permanecer atraído(a) por seu disposto - aquela pessoa que te faz tão bem e que se parece tanto com a melhor pessoa para ser amada por ti ( eis a verdadeira alma gêmea). os opostos são coadjuvantes...mais na frente ,é preciso ser protagonista; a crença precisa estar nos dois lados.É a etapa em que os opostos devem estar dispostos...


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