quinta-feira, 23 de junho de 2011

Um tal de borogodó.

PARTE 1

"O que é que a baiana tem." Carmen Miranda

Abordei um assunto interessante essa semana que se tratava do tal de borogodó. Muita gente pergunta, "mas que diabo significa isso?". Outros são da vertente que borogodó é um individuo fora do padrão de beleza estabelecido pela sociedade, mas que deixa para trás qualquer Gianecchini da vida.
Para muitos, ter borogodó, é uma espécie de charme. Pra mim, ter “borogodó” é ter aquele algo único, indefinível, que te diferencia como pessoa e – mais – te torna interessante frente ao resto do mundo. Simples? Uhum, agora olhe em sua volta e veja como isso não é tão simples. Quantas não têm o tal de borogodó? De cabeça você vai até perder as contas. Agora esqueça os sentimentos, o olhar apaixonado, quem ama sempre vai vê borogodó em algum lugar e a teoria se perde.
Vou tentar ser mais clara, volte ao começo, o que fez você se apaixonar? A beleza, a atração sexual ou um certo borogodó?
Humm ... é aí que quero chegar. Não adianta pegada, charme, boa conversa, companheirismo, nada disso. Vai muito mais além.
Acredito que cada pessoa tem memórias no seu inconsciente. E o que vai fazer a outra pessoa ter ou não borogodó são essas memórias. Desde recém-nascido você seleciona essas memórias, exemplo: pessoas que colocam o dedo no sovaco e cheira em seguida. De repente, esta pessoa terá borogodó. Entendeu? Talvez seja algo tão simples como um gesto, uma ação que se você parar pra pensar realmente vai te fazer perceber. Bom, como estou de férias vou tentar provar isso num capitulo dois. Com a ajuda de alguns filósofos e do meu amigo Pedrovsky que também não tem o que fazer. Não julgue isso como uma besteira, quem sabe estejamos certos e daremos um passo no estudo da mente. Tudo é possível!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A solidão das redes- sociais.


Depois de uma noite insone, sem pessoas para compartilhar um momento, acordei com uma vontade de ingressar no Twitter, fiz e me dei conta que redes sociais são criteriozamente contagiosas. Ouvi de alguém que o Twitter ainda ia substituir os amigos dela. E fiquei com isso em mente, até brinquei um pouco com a idéia. Percebi que redes sociais unem e afastam as pessoas de suas vidas.

Essa cultura de interconexão, podem nos ajudar na socialização, a salvar vidas e a aumentar nosso quociente de informação. No entando, esse acesso exagerado tende a nos revelar o outro lado da moeda, a superficialidade das relações. As redes- sociais ( Twitter, Orkut e Facebook), tem nos levado a uma solidão suprida por excessos em habitos da vida que consiste na falta de amizades profundas e a tedencia em "seguir a onda" são reflexos de um mundo individualista de uma rede social.

Não é uma questão de retirar o mérito da internet, mas de repensar relações mais consistentes. Vivemos num mundo em que um abraço, um beijo num amigo é cada vez mais raro. Vivemos num mundo que se diz liberal e moderno, mas que suspeita de homossexualismo em vista de um relacionamento entre amigos do mesmo sexo mais profundo. Queremos ter mais contatos em Orkut e suprir nossas curiosidades em twitters, mas não queremos o “peso” de uma amizade verdadeira, com seus problemas e compromissos.

Vejo cada vez mais, pessoas que desperdiçam a chance de sair com amigos para uma festa , uma praia para ficar interligados com uma quantidade de contatos numa rede social. E continuam sozinhas porque a opção individualista está relacionada com a cultura do prazer material e imediata.

Se soubessemos aproveitar o que a internet tem de melhor, poderemos, sim, viver em efetivas redes sociais, baseadas em um sistema de relações que se estendem pós momento virtual. Se a natureza da internet não permite uma profundidade das relações, sua extensão amplia os horizontes das relações.
O homem precisa repensar seu individualismo e perceber o outro. E a internet deve vir para multiplicar e não subtrair.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Eles, eu e um reflexo.

Ironia ou não, percebemo-nos mais quando estamos mergulhados em gente. Gente diferente da gente. Gente que não tem os mesmos conceitos, aquele tipo que não oferece nem um debate instigante. Nada. Encontramo-nos. Olha-se para os lados e sente-se um vazio, uma falta de tudo. Nesse momento abre-se espaço para recordar alguém esquecido: nós mesmos.

Isso salva um dia, uma auto-estima, um amor-próprio. E tudo o que pensávamos feio em nós, é visto com outros olhos e admirado. Quanto mais conheço os outros, mais estimo por mim mesma. Sem afetação, com um orgulho que vai crescendo devagar, pouco a pouco.

Uma menina disse-me que não consegue olhar nos olhos de certas pessoas, porque se sente intimidada. E eu, com minha pequena bagagem, respondi que com o tempo, vamos criando dignidade o suficiente para se auto-afirmar sem medo. Estava certa, sim. Já não sou tão pequena assim.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Subúrbio da cultura.



A cultura brasileira entrou num nível de "stand by". Foi-se o tempo em que falavam se sobre política e o ser humano em suas artes. Não ouvimos falar sobre nosso sangue latino, não se pergunta o que anda nas cabeças, ouvimos o que está falando nossas bocas. Não há interesse em saber o que somos e como vivemos.

A cultura desprendeu de nossas massas e hoje está claramente ligada a satisfação, ao ego, a prepotência da aparência, aos modelos e encaixes que dita à mídia.

Em alguns sites de comédia mostram hits que estão no auge entre adolescentes, como: "... Vou não, quero não, posso não, minha mulher não deixa não...", "Sou FODA na cama eu esculacho...". Citando, também, músicas mais famosas não possuem fundamento cultural e sim as mulheres brasileiras que estão fazendo sucesso é porque estão nuas ou até mesmo sentimentalistas de baixa qualidade.
Não estou desfazendo de grandes artistas, ainda nos restam, graças a Deus, estou salientando que grandes ícones da nossa tradição perdeu o destaque.
E existem novas faces revelando a pura cultura brasileira, conheci recentemente dois caras fantásticos: Khalil e Riccelly Guimarães. Há vários nomes a serem citados, mas são irreconhecíveis. Algumas músicas até chegam a tocar em rádios, porém perdem lugar para hits do momento - Você, você, você , você, quer!. E atores fantásticos trabalhando em teatros, perdem espaço para mega produções de cinema.

Há uma diferença entre esses cantores, atores, escritores: uns são artistas, outros não. É inclassificável o dom de transformar críticas pesadas à ditadura em música dançante. Mas isso não significa que hoje não existem pessoas fazendo arte de alto nível. Eles apenas não são reconhecidos, não recebem o valor que merecem.

A arte brasileira não foi esquecida, não acabou. Apenas foi engolida pela cultura pop. Não importa se a história de uma prostituta que banha quase todas as prateleiras de uma livraria. Irei no cantinho, ao fundo, procurar Clarice Lispector, Drummond, Mário Quintana entre outros .

Acredito que há ouro no meio do nosso lixo do século XXI. Há vozes maravilhosas, performances deslumbrantes esperando serem valorizadas. Ainda há artistas sim!