terça-feira, 7 de setembro de 2010

GOOOOOOL, é ... é do Brasil.

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Não, esse não é mais um texto sobre futebol.  Nem sobre a independência do Brasil, que nem deveria ser comemorada,  mas isso não vem ao caso, pois o propósito é sim sobre prós e contas de um evento do tamanho da copa do mundo ser feito no Brasil.

Quisera eu acreditar que um evento mundial como a copa do mundo estivesse sob-controle. Logo quando anunciaram as cidades que sediaram os jogos e divulgados os orçamentos para construção e reforma dos maiores estádios brasileiros, aconteceu o que eu havia previsto. O povo cool que não pode ser cool sem protestar começou a pipocar comentários no twitter.  Exemplo disso foi Felipe Neto que indagou: “O investimento para construção e reforma de estádios para a copa supera o valor de 25 bilhões de reais. Vergonha!”. Entre outros questionamentos como: Estadios podem ficar fodas, mas quantas escolas serão reformadas?”.

Minha pergunta é: Quantas escolas foram reformadas hoje em dia? A questão toda é: Porque gastar com a Copa se tem tanta gente passando fome* (*troque por gente doente, gente sem terra, gente sem teto e pelo que quiser). Respondi que, quem tem dinheiro – investidores, iniciativa privada – está se lixando para criancinhas sem estudo, está se lixando para o povo que morre nas filas dos pronto socorros e mais ainda para quem vive na rua e por outras mazelas do Brasil ou do mundo.

Eles não ligam por que são maus? Não. Eles não ligam porque investir nisso não dá retorno financeiro. Investir nisso dá uma imagem bacana pra empresa, mas investir numa Copa do Mundo traz muito e MUITO dinheiro. E é só nisso que eles pensam. Bem vindo ao mundo. Pois é assim que ele funciona desde que trocaram o escambo pela venda e pelo lucro.

Ninguém vai reformar estádio para o povo se sentir melhor, até porque os ingressos ficaram bem mais caros depois disso – e eu nem estou falando dos ingressos para a copa. Ninguém vai melhorar os transportes, rede hoteleira e irá treinar a polícia das cidades sede por causa do povo. Ninguém. Irão fazer isso para os gringos e porque a FIFA exige. Ponto final. Como o ser humano é nojento não?

Não tenho dúvidas que algumas obras serão superfaturadas, não tenho dúvidas de que haverá muita reclamação e confusões homéricas por causa dos ingressos. Esses então que serão caríssimos, provando mais uma vez que estão se lixando para o povo. Na verdade, a Copa do Mundo não é um evento para o povo… esse “só serve” para ficar bem nas filmagens de praças, casas e qualquer lugar onde tenha aglomeração, uma televisão e gente comemorando. Afinal de contas, o que é um evento esportivo sem os links ao vivo da Globo.

E não me venham com, “esse dinheiro podia ser gasto com isso, com aquilo”. Quanto custou a guerra do Iraque? E também não me venham com ditados romanos de César dando Circo ao povo. Deus sabe o quanto o povo brasileiro sofre o ano todo – metade dele só para dar uma montanha de dinheiro para o governo –, por que não um pouco de circo?

E não se iluda, quem teoricamente mais sofre com isso tudo, é quem mais se mata por causa de uma copa do mundo. O povo. E outra, o país já para em ano de copa do mundo de qualquer jeito, me acompanhe: Férias, Carnaval, Copa do Mundo e Eleições para Presidente.

E que o Brasil seja Hexa ou Hepta.

Naiana Guimarães 

sábado, 4 de setembro de 2010

Espanta-me.

O que me espanta não é a crueldade nem a vingança. Não me espanta a falta de bom senso ou a ignorância. O comum não espanta mais ninguém. Espantoso é ter se tornado tão comum. Não me comovo com a falta de fé ou com o excesso descabido dela. 
Cada um precisa de um motivo para empunhar sua espada. Somos donos da nossa própria crença. Em cada alma uma religião particular e um templo pouco ou muito frequentado.
Não me surpreende a falta de piedade com outros povos ou o esmagamento cruel da natureza. O surpreendente é que justo quem começou tudo isso clama agora para que acabe. Se, na caminhada, o primeiro passo é movido pela ganância, então certamente não haverá um ponto de chegada. Porque parar é perder.
O que mais me espanta de fato é a minha própria falta de espanto.

Ciclo da gente.


O movimento que faz a natureza aGENTE é infinito e circular.
Acredito que para cada gota de pensamento bom há uma gota acompanhada.
Nem que a gota ganhada sofra evaporação, como acontece, também, sobrecarregando céus.
Condensando olhos, inundando lábios, renovando ciclo.
Ainda assim, há que diga que somos os mesmos todo dia por todo o dia.