segunda-feira, 23 de maio de 2011

Negro amor


Eu costumo me perguntar: porque as pessoas são tão desesperadas pelo par perfeito?

Costumamos nos vangloriar dizendo: "somos o topo da cadeia alimentar", "somos animais racionais" ou até "dominamos o espaço e a tecnologia". Contudo fico refletindo: "se somos tão bons porque somos tão escravos das nossas vontades?". Nós somos tão racionais, mas não agimos com a razão, tudo pra satisfazer uma devassidãozinha que nos assola, um sentimentozinho, que na verdade não passa de paixões com a mesma base, que é algo meramente corporal.

A mídia e a sociedade fazem com que acreditemos que essas paixões animalescas sejam o centro das nossas vidas. Fazemos coisas vis por um beijo ou um "lance" com uma garota e esquecemos que ela é um ser humano e tem um cérebro, cujo podemos gerar uma baixa estima nessa pessoa. Também caímos na bobagem de atribuir o amor (isso sim nos torna humanos) a relacionamentos, mesmo os mais concretos e consistentes como um casamento, onde se resume apenas em paixões. A sociedade é quem dita isso. As músicas, os programas de TV, as telenovelas, os filmes, os livros etc. tratam uma coisa tão supérflua como se fosse algo indispensável e nós caímos na besteira de colocar isso num pedestal onde no final se resume em sexo.

Não vou ser um puritano safado que diz que esse coquetel de neurotransmissores que são expelidos pelo nosso cérebro na hora de um beijo não são estímulos sexuais. É engraçado que todo mundo coloca a paixão num pedestal, mas ficam escandalizadas quando falo que é apenas sexo, sexo e sexo.

Vocês devem estar indignados dizendo: Esse cara só pensa em sexo? Mas eu respondo: ao contrario, eu falo isso, pois não suporto quando as pessoas colocam num pedestal uma coisa tão tola, simples e natural.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sobre o drama de si.

Nem o melhor ator do mundo atuaria assim.
Um expectaculo, uma encenação em fim,
Uma vida com um personagem  real,
Um motivo ou frustração especial .

Drama, pelo quê ?
não julgue assim,
o sentimento não está em você,
ele está em mim!

Fim para o infinito


finito infinito
finita renovação
fim do sonho
fim da imaginação

a realidade do fim é dura
até findar-se o fim
é doida enquanto dura ou cura

a cura do tempo
ou o tempo que cura
depende de que lado você está
criador ou criatura
fim continuação,
ou renovação do fim ?

não sei, isso não cabe só a mim
vivo um finito infinito
um em fim sós
no fim de mim.


domingo, 1 de maio de 2011

Capitalismo Selvagem

Quando somos adolecentes adoramos seguir as modinhas, e às vezes a modinha é odiar as outras modinhas.

Há alguns anos, antes de ir embora da minha cidade natal, eu estava sentado na praça principal da cidade. Parece uma bobeira ficar sentado numa praça, mas na adolescência é algo importante. Ver aquele monte de gente passando, às vezes encontrar um amigo e ficar papeando.

Numa dessas visitas à praça, vi um jovem com uma camisa de marca - não que fosse uma grife, mas para o nosso padrão de vida era uma camisa cara - com um monte de desenhos e no meio das gravuras destacava-se uma frase bastante peculiar: "Abaixo o Capitalismo Selvagem". Eu pensei comigo: "só pode ser sacanagem", uma empresa que expressa o poder da marca, uma das pedras fundamentais do capitalismo, ao mesmo tempo em que se auto-derruba.

Hoje eu penso assim: Eita marketing arretado!