segunda-feira, 21 de maio de 2012

Condicinal - Los Hermanos

Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais

É, tanto que eu quis você, que comecei a ver tudo cor de rosa, relevei problemas e defeitos. Tudo era lindo e tudo era razão para eu me prender a você.

Dei-te pra ancorar
Doces deletérios

Me dei a você. Me doei e doeu, porque me perdi.

Eu quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.

Tinha vontade de me me libertar. Não ser dominada pelos meus sentimentos que me deixavam embriagada.  Percebi que não posso te emprestar aos meus sonhos, se você não tem os seus. E quando abri os olhos, o sabor que restou era amargo. Foi difícil acordar pra isso.

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
O que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem

Te amar é doce! É lindo! É apaixonante. Difícil é querer viver. Conviver. Entender e ser entendida. Difícil é o dia-dia. Ah, se eu tivesse lembrado de mim, priorizado minhas vontades, antes mesmo de querer ser tua, ou querer que você fosse meu. Não deveria ter esquecido de saber quem eu era.

Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar

No final das contas, acho que que sabia que não daria certo, tanto que quis você longe, pois você era todo idelizado, projetado, uma coisa fora da realidade. Te via como um anjo, perfeição na qual nem eu mesma acreditava.

Deixo desvendar
Todos os mistérios

Talvez tanta projeção só tivesse sido pelo prazer de desvendá-las, desmascará-las. Mórbido, não?

Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar

Talvez no começo tenha sido assim mesmo. Te soltei tanto, que você me quis junto. Mas no passar dos dias, eu também te quis junto. Aí você queria tá solto. Quem vai entender?

Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso

E se houve alguma coisa que me manteve presa, foram tuas intenções. Primeiras, segundas... A fome no olhar. A sede no toque.

O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?

Não sei mais

Ponderando tudo o que eu fiz, o que vivi, o que fomos... Eu percebi que não sabia de nada, e que talvez, no final das contas, simplesmente não valia mais a pena, ou nunca existiu.

Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.

Cresço muito mais sozinha, tendo em mente que tudo isso vai passar, e sempre haverá alguém que possa me trazer de volta tudo que senti de você, mas para isso que me liberte de ti.

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